Conforme a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a resposta é sim! Mas é importante lembrar que a musculação feita por adultos não deve ser a mesma feita por uma criança.
Essa é uma questão frequente, pois a musculação é uma prática bem comum entre os adultos, porém quando pensamos nas crianças, ficamos na dúvida se elas também podem fazer.
A musculação infantil deve ser feita com supervisão de um profissional de educação física e deve respeitar os limites de cada criança. Isso é essencial para garantir a segurança e o adequado desenvolvimento durante as atividades.
De acordo com o Departamento Científico de Medicina do Esporte da SBP, é possível que uma criança antes dos 8 ou 9 anos pratique musculação, desde que as atividades sejam devidamente adaptadas à sua idade.
A fase pré-púbere e a musculação
Pré-púbere é a fase que antecede a puberdade, é um período de transição da infância para a idade adulta, o corpo nessa fase, está passando por intensas modificações. Nas meninas, ocorre por volta dos 8 aos 13 anos, e nos meninos, em torno de 9 aos 14 anos.
Nesta fase é necessário redobrar o cuidado. É importante que a criança conte com um profissional da área esportiva e também da área médica para orientá-la nos exercícios que irá praticar, pois deve-se levar em consideração as transições que o corpo da criança passa, para assim montar um treino ideal.
Benefícios da musculação na infância
Diante do momento em que vivemos, onde cada dia mais as crianças estão sedentárias e presas a algumas tecnologias como o celular e a televisão. A musculação vem para contribuir, tirando as crianças do sedentarismo. A OMS recomenda que crianças e adolescentes realizem pelo menos 60 minutos de atividade física por dia.
A musculação nessa fase da vida, vai além do treino clássico de academia, ela se torna uma grande aliada na vida da criança, proporcionando vários benefícios a elas.
Existem evidências científicas que atestam que a prática da musculação, é benéfica à saúde, ao condicionamento físico e ao desempenho de outros esportes.
Veja abaixo mais alguns benefícios da musculação na infância:
- A criança tende a se machucar menos ao praticar outros esportes, e se vier a se machucar a recuperação será melhor.
- Fortalecimento muscular e da massa óssea;
- Melhora no perfil lipídico (colesterol e triglicérides);
- Menor chance de desenvolver obesidade, diabete, pressão alta, depressão e ansiedade;
- Maior autoconfiança;
- Melhora o desenvolvimento corporal e equilíbrio.
Esses benefícios têm uma influência significativa na saúde ortopédica, abrangendo os pés, joelhos e a coluna. É importante ressaltar que a prática inadequada de atividade física pode acarretar problemas ortopédicos e prejudicar essas áreas do corpo.
A musculação na infância tem restrições
Como sabemos, devemos ser orientados adequadamente sobre a prática de qualquer exercício físico . E durante a infância não é diferente, nessa fase precisamos respeitar os limites de cada um e dar atenção especial para os pequenos.
Devemos levar em consideração outro ponto, que é a organização do ambiente em que a atividade será praticada. É necessário garantir que o ambiente esteja muito bem organizado, de modo a proporcionar a maior segurança possível durante a prática.
E lembre-se! Pegar pesado e não respeitar a intensidade que o corpo tolera, na verdade, não faz bem para ninguém.
A criança deve começar usando a carga mínima ou o peso do próprio corpo. O profissional deve orientar um treino baseado na estrutura da criança e acompanhar de perto. Um exercício feito de maneira incorreta pode interferir em fatores relacionados à estatura, gerar lesões nas articulações que podem resultar em rupturas de ligamento, gerar edema e acúmulo de líquido.
Conclusão
A prática da musculação não é boa somente para os músculos, mas também para os ossos e para o desenvolvimento do corpo em geral. Por isso, é uma atividade recomendada também para as crianças.
Porém, é importante lembrar que para uma criança praticar a musculação, é necessário que ela tenha um acompanhamento bem de perto de um profissional de educação física e do seu médico pediatra ou ortopedista.
Afinal, a criança está em fase de desenvolvimento e as orientações certas serão primordiais para a criança não ter problemas no futuro.